Algumas Observações sobre os Planetas Pessoais





SEU LIVRO DE VIDA

Quase tudo o que você quer saber
 sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward


Capítulo 4

No Grande Teatro da Vida:
 Atores e Atrizes, Textos e Cenários


Luminares: Sol e Lua
Planetas, Planetóides e Pontos
Signos
Casas Astrológicas


Algumas Observações sobre os Planetas Pessoais

Janine Milward

Finalmente, eu gostaria de acrescentar o fato de que Mercúrio é um arquétipo inteiramente pluralizado, sim, porém, por outro lado, inteiramente singularizado - mesmo que faça sua inter-relação bastante estreita com Vulcano, outro arquétipo possuidor dessa dicotomia de pluralidade/singularidade. 

A bem da verdade, sabemos que Vulcano realizou seu casamento com Vênus, a bela do desejo, e isso faz sentido dentro do ponto de vista da regência taurina para Vênus - porque a regência libriana para Vênus é bem complementada por Marte e não por Vulcano.  Mas a verdade é que sabemos que o desejo de Vênus sempre se voltou para Marte e não para Vulcano, com quem se casou mas não o brindou com filhos.  Vulcano teve alguns filhos advindos de suas aventuras amorosas, entre seus infindáveis trabalhos de artesão de tudo aquilo que deveria servir a vida de deuses e de homens.

Mercúrio teve vários filhos - inclusive com Vênus, a bela do desejo, engendrou Hermafrodito, um ser de dupla natureza, homem e mulher, ao mesmo tempo - mas conservou-se sempre um arquétipo mais isento de natureza feminina ou masculina.

Marte e Vênus, entretanto, sempre demonstraram a obviedade de suas naturezas e de suas ações dentro de suas sexualidades: Marte é a masculinidade implícita em cada um de nós e Vênus é a feminilidade implícita em cada um de nós; Marte e a ação direta e incisiva e Vênus é a alquimização do seu Outro para a realização de seus desejos, tanto de necessidades básicas de plenitude de materialização de vida, em Touro, quanto de sua inter-relação junto ao seu Outro, seus enlaces vários, pessoais, sociais e planetários.  Marte e Vênus não foram casados porém tiveram filhos.

Mercúrio, Vulcano e Marte são todos filhos de Júpiter, sendo que Mercúrio é filho de uma relação do deus dos deuses com Maia enquanto Vulcano e Marte são frutos do casamento entre Júpiter e Juno.  Vênus é filha de Urano, porém não diretamente, e sim nascida de seu sangue jorrado a partir da foice que Saturno implementou ao membro reprodutivo do Céu Estrelado!  Esse sangue jorrou para o mar e dali nasceu Vênus, saída da espuma do mar!

.......................

A meu ver, Vênus é o arquétipo pessoal mais bem preparado, eu diria, para realizar sua vida dentro Planeta Terra e dos demais Planetas ainda a serem visitados e vivenciados pelo homem - devido ao fato de ser filha de Urano porém não ter nascido diretamente deste, ou seja, Vênus é um arquétipo por si mesmo inteiramente universalizado/pluriversalizado, não atado a uma árvore genealógica propriamente dita dentro dos arquétipos olímpicos, ao contrário, Vênus é advinda da primordialidade da Criação, de Urano, o Céu Estrelado que tanto emprenhou Gaia, a Mãe-Terra!

Isso nos diz que o desejo é a mola-mestre da Criação, desejo de materialização plena de forma que a vida possa ser acionada através o Trabalho e a Iluminação, questões que somente podem acontecer dentro da matéria plenamente realizada, assim como a conhecemos no Planeta Terra. 

Isso também nos diz que o Amor - a profundeza do Ser - é a mola-mestre da Criação, é a energia que faz acontecer o desejo que faz realizar a Criação propriamente dita.

O que for a profundeza do teu SER, assim será teu DESEJO
O que for teu DESEJO, assim será a tua VONTADE
O que for tua VONTADE, assim serão teus ATOS
O que forem teus ATOS, assim será teu DESTINO.
(Upanishad IV,V)

O SER é a Consciência Cósmica, o Tao, Paramapurusa: Eu Sou não-manifestado
O DESEJO é aquele que manifesta o Ser Primordial: Eu Sou manifestado
A VONTADE é aquela que idealiza a realização do movimento da Criação: Eu Farei
Os Atos são aqueles que realizam o movimento da Criação: Eu Faço
O DESTINO é aquele que manifesta o movimento da Criação: Eu Fiz

O Desejo da Criação – como uma projeção do pensamento da Mente Cósmica advinda da Suprema Consciência – é manifestado como uma semente, Biija, através de Prakrti – o Princípio Operativo, a Energia Cósmica formada através do Mundo da Não-Manifestação e objetivada através do Mundo da Manifestação.

Prakrti, a energia cósmica, é concretizada, então, através de uma triangulação de forças – as Gunas – que manifestam o Ciclo de Brahma – Brahmacakra:

Força Sutil – Sattvaguna -: Eu Farei; a realização voltada para o futuro – A VONTADE
Força Mutativa – Rajoguna: força que causa movimento, atividade, agitação – Eu Faço: a realização voltada para o presente – Os ATOS
Força Estática – Tamoguna – Eu Fiz; a realização voltada para o passado – O DESTINO

Ao longo do exercício contínuo e infinito dessa movimentação, a Criação vai sendo formada até que a mente – matéria condensada da primordial Mente Cósmica – realize a vida.

Lao Tse nos diz, em seu Capítulo 40 do Tao Te Ching:

O retorno é o movimento do Caminho
A suavidade é a atuação do Caminho
Os seres sob o céu nascem da existência
E a existência nasce da não-existência

......................

Todas essas questões não devem ser compreendidas apenas como realizações da Suprema Consciência - como se fosse algo distanciado ou mesmo separado de cada um de nós!  Não!  Todos nós, pertencentes à pluralidade de manifestação da Criação em si, somos, na realidade, partes constantes e adjuntadas ao Tao da Criação!  O Mundo da Manifestação é plural e nos parece ser o único mundo existente, marcando bem distintamente as individualidades pluralizadas!  No entanto, o Mundo da Manifestação é apenas uma expressão de Amor que movimenta o Desejo da Criação, tudo isso advindo do Mundo da Não-Manifestação, a partir do Tao da Criação, de Paramapurusa, de Deus, da Suprema Consciência.

É preciso que não nos esqueçamos jamais que a Suprema Consciência possui apenas Interiorização.  Tudo cabe dentro de Deus.  No entanto, esse tudo, esse todo, esse nada, é considerado o Mundo da Manifestação, que por sua vez, possui Interiorização e Exteriorização - o que nos traz a idéia de pluralidade das individualidades.  No entanto, o que sempre permanece, é o desejo de retorno à Unidade Essencial, a Deus, à Suprema Consciência.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward

O homem se orienta pela terra
A terra se orienta pelo céu
O céu se orienta pelo Tao
E o Tao se orienta por sua própria natureza

Lao Tse


Você  nunca está só ou abandonado...
A força que guia as estrelas
guia você também


Srii Srii Anandamurti