SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber
sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward
Capítulo 4
No Grande Teatro da Vida:
Atores e Atrizes, Textos e Cenários
Luminares: Sol e Lua
Planetas, Planetóides e Pontos
Signos
Casas Astrológicas
Algumas Palavras sobre o Arquétipo Lilith
janine milward
Eu penso que o arquétipo de Lilith vem sendo discutido de maneira um tanto exagerada em termos de significar apenas a sexualidade feminina (e, certamente, a ânsia masculina em fazer seu uso). Após ter lido alguns alfarrábios sobre este Tema, me passou pela mente algumas de suas possíveis questões, vistas sob um ponto de vista mais atualizado ou modernizado.
Quando eu digo “um ponto de vista mais atualizado ou modernizado”, eu quero significar que, a meu ver, o(s) mito(s) sobre Lilith, em sua maior parte, trata de seu tema sob um ponto de vista inteiramente circunscrito ao preconceito (ou pré-conceito) do pretenso e suposto império e poder do mundo masculino e esse preconceito machista, digamos assim, se manifesta, em uma de suas vertentes, através o desejo inconsciente masculino de dominação total sobre o feminino e também através o desejo inconsciente feminino de se colocar sob esta pretensa e suposta dominação masculina.
A bem da verdade, os próprios conceitos iniciais de dualidade advinda da Unidade Primordial, no Taoísmo (que, a meu ver, é uma filosofia inteiramente universalizada, pluriversalizada até), nos diz que existem as energias voltadas para a força masculina – através o Elemento Yang, a Luz – e para a receptividade feminina – através o Elemento Yin, a Não-Luz.
Podemos, assim, perceber, que a questão da força masculina e da receptividade feminina são questões radicais, provenientes de raízes primordiais, sim – mesmo porque existe realmente uma diferença física (e não somente física como também espiritual, mental, etérica, astral, etc) entre o homem e a mulher e a forma propriamente dita como acontece a relação sexual que fará com que a humanidade possa ter sua continuidade – através a concepção e gestação e nascimento dos filhos – nos apresenta o homem exercendo a força do seu membro viril sendo inserido na caixinha receptiva da mulher e, em continuidade, a força de ação direta e incisiva de um espermatozóide sendo bem-sucedido em adentrar através um óvulo receptivamente voltado para ser fecundado...
No entanto, desde os primórdios dos tempos simbolizados, através a Bíblia cristã, de que possivelmente um homem e uma mulher teriam sido criados a partir do barro.... a mulher propriamente dita e que teria feita companheira desse homem, teria sido criada através uma costela retirada desse elemento masculino inicial... Entram em cena, então, tanto Lilith (a mulher criada a partir do barro, juntamente com o homem) e Eva, a mulher criada a partir da costela retirada de Adão, o homem.
Talvez possamos compreender que Adão estaria herdando o arquétipo do Sol, o elemento primordial masculino, e Eva e Lilith estariam herdando o arquétipo da Lua, o elemento primordial feminino. Dentro da concepção primordial sobre a Luz e a Não-Luz, sobre o Yang e o Yin, vemos que o Yang é representado por uma Linha Direta e Incisiva, uma Linha Contínua ________ , enquanto o Yin é representado por uma Linha Vazada, uma Linha que possui o mínimo de duas Linhas ______ ______; são duas Linhas Interrompidas. A energia Yang parece nos simbolizar enquanto nosso arquétipo inicial de Unidade Absoluta enquanto a energia Yin parece nos simbolizar enquanto nosso arquétipo inicial de Dualidade Primordial (que dá o início à geometrização matemática da continuidade da Criação – tema fundamental da energia Yin, do feminino).
Porém, vemos que existem dois femininos – dentro da concepção primordial da Criação relatada na Bíblia, em sua forma simbólica de se referir ao Tema Criação criada pelo Criador, Criaturas criadas para a Criação que foi criada pelo Criador.
Como o feminino acaba podendo ser simbolizado pelo arquétipo primordial feminino, a Lua (a Lua é receptiva tanto à Terra – que é a tradução do Homem fusionado à Mulher), e como este feminino estava sendo ‘disputado’, digamos assim, por duas formas diferentes formas femininas....; uma, Lilith nascida do barro, igualzinha, sem tirar nem por, a Adão, o masculino; e outra, Eva, nascida da costela de Adão... assim como a Lua que possivelmente teria nascido da Terra - um pedaço da Terra provavelmente extraído por um meteoro ou por algum cometa mais desastrado, em tempos de milhões de anos atrás... -, ...........
Sendo assim, eu penso que o inconsciente coletivo predominantemente masculino teria “doado” à Eva, ao feminino primordial receptivo da ação da força e do poder masculino, o arquétipo da Lua, assim como a conhecemos, Lua doce e mutável Lua, sempre inteiramente receptiva à Terra e à Luz do Sol.
E como havia a inegável existência de um outro lado desse mesmo elemento feminino primordial – porém não exatamente receptivo... porque foi criado da mesma forma através o elemento primordial masculino foi criado... -, coube à Lilith se “conformar” com o lado não-visível da Lua (lado esse que foi somente visualizado formalmente com a visita dos astronautas, nos anos setenta e oitenta do século XX!).
E não somente coube a Lilith receber o prêmio de consolação de tomar para si o lado escuro, não-visível, da Lua... (talvez porque o desejo de igualdade entre homens e mulheres não fosse bem visto ou compreendido em sua realização dentro da Sociedade dos homens mais antigos), como também possivelmente fazer parte daquele lado mais escurecido da Lua que acontece através suas Fases.... Doce e Mutável Lua está sempre apresentando-se ora inteiramente enegrecida (aí entra em cena Lilith, a Lua denominada de Lua Negra), ora um tantinho escurecida e um tanto iluminada.... e ora plenamente iluminada (quando Eva entra em cena, radiantemente iluminada em seu plenilúnio, em sua Lua Cheia.... e está Cheia porque a Terra (ou seja, a Mulher e o Homem) assim o permitiram e deixaram que a Lua recebesse diretamente para si toda a Luz do Sol: são a Fecundação e a Gestação e o Nascimento sendo abençoados, privilegiados... esta, sim, é a Mulher, aquela que é inteiramente receptiva à Luz doada por seu Homem. ! ? ! ?
A bem da verdade, esses dois Femininos Primordiais existem, sim – e os antigos sábios chineses bem sabiam disso ao afirmarem que esse Tema poderia ser bem simbolizado, representado, através a Linha Yin que acontece através Linha Vazada ou Interrompida, Linha minimamente Dupla _____ _____. E o Masculino Primordial existe, sim – e os antigos sábios chineses bem sabiam disso ao afirmarem que esse Tema poderia ser bem simbolizado, representado, através a Linha Yang, Linha Contínua e Una _________ . São as representações da Não-Luz, e a da Luz, da receptividade que acolhe a força direta e incisiva, fazendo com que a Criação possa acontecer.
No entanto, o Preconceito, através dos tempos, através dos séculos seculorum amen...., veio carregando consigo o fato de que o Feminino Primordial Receptivo é que poderia ser simbolizado enquanto aquele que, docilmente, se submetia ao Masculino Primordial Ativo.... e de que o Feminino Primordial também Ativo (bem como Receptivo por sua intrínseca realidade Yin) deveria ser posto à marginalidade, considerado nefasto, infausto, etc... pois estaria sempre tentando conduzir-se dentro de um comportamento igualitário ao do Masculino Primordial Ativo, ou seja, homens e mulheres em iguais direitos e deveres diante da Vida.
Vejo, então, que o arquétipo de Lilith pareceu incomodar, digamos assim, aos conceitos da Sociedade quando se viu diante de sua estruturação de pedra-mór, ou seja, o Elemento Yang toma o Poder enquanto o Elemento Yin se coloca Receptivo a este Poder! Se Lilith, o outro lado do Elemento Yin, se colocava como um fato disruptor ou mesmo ameaçador à estruturação da Sociedade antiga (e que varou Eras!), este arquétipo deveria, então, ser considerado como Lua Negra enquanto o arquétipo da Receptividade, da Docilidade, deveria ser considerado como Lua, simplesmente Lua... como se não existisse o outro lado da Lua... mesmo porque, em sendo a Lua considerada como Não-Luz... como poderia existir ainda uma mais aprofundada ainda e mais e mais aprofundada ainda Não-Luz?
Penso, então, que o arquétipo Lilith pode carregar consigo um fardo imensamente pesado acerca o Preconceito de que a Sociedade se erige a partir do arquétipo do Ativo, Yang, masculino, o Sol, sendo sempre e incontestávelmente receptivado, aceito docilmente e sem questionamentos, curvado mesmo, pelo arquétipo do Receptivo, Yin, feminino, a Lua assim como a conhecemos... Dentro desse ponto de vista preconceituoso que veio estruturando a Sociedade através as Eras, Lilith sempre foi inteiramente banida, afastada, marginalizada, sublimizada, varrida para o porão do inconsciente considerado nefasto, infausto....
Foi preciso que a Mulher queimasse seu sutiã em praça pública... - ah, os anos sessenta e setenta do século XX foram realmente fundamentais para que a Mulher pudesse conquistar não somente seu lugar enquanto Mulher diante do Homem e diante da Sociedade, derrubando Preconceitos supostamente arraigados, radicalizados e eternos.... (assim como o Muro de Berlim também foi derrubado ao final dos anos oitenta!)..., mas também para que a Mulher pudesse conquistar-se em seus dois lados – Lua e Lua Negra, Eva e Lilith, Yin e Yin...-, e se torna-se apenas Mulher, simplesmente mulher.
Ou seja, a meu ver, Lilith hoje é um arquétipo vencedor, ou seja, foi vivenciado durante Eras e Eras pela humanidade, como um todo, por toda a Criação em fauna e flora e criaturas humanas providas da conscientização de suas mentes..., porém esta vivência teria sido realizado nas sombras, digamos assim, ensombrecendo a Lua e iluminando a Lua Negra... e hoje, finalmente, VIVA!, podemos começar, ainda apenas dar nossos primeiros passos nessa direção, e dizer que Lua e Lua Negra são duas faces de uma mesma verdade: o Elemento Yin Primordial, a Mulher, comme il fault, assim como deve ser, simplesmente mulher.
E..., ainda para trazer uma pequena conclusão sobre o Tema acima comentado, eu diria que não aprecio este dia 08 de março comemorativo à Mulher.... porque ainda penso que, se houvesse um dia comemorativo ao Homem..., aí sim, ambos esses dias poderiam ser muito bem comemorados, sem medo de serem felizes - mulheres e homens.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward